
A Independência do Brasil foi proclamada por Dom Pedro no dia 7 de setembro de 1822, pondo fim ao domínio português e inaugurando a autonomia política do país.
A Independência foi resultado de um processo complexo, iniciado desde o Período Joanino, e que comportou várias causas.
Com a chegada da Família Real no Brasil em 1808, muitas transformações ocorreram.
Uma das mais significativas foi à abertura dos portos por Dom João VI, que acabou rompendo com o pacto colonial, ou seja, com a restrição do comércio da metrópole com a colônia.
Desenhavam-se, assim, as questões políticas e econômicas que culminaram na Independência do Brasil.
Por volta de 1820, a população portuguesa - tomada por uma grave crise econômica, pela insatisfação e não reconhecimento da autoridade inglesa - passa a pedir a volta de Dom João VI para Portugal.
Esse movimento ficou conhecido como a Revolução Liberal do Porto e exigia, também, uma constituição que garantisse o fim do absolutismo português e a recolonização do Brasil, que a essas alturas já via o surgimento de forças pró-independência em seu território.
Dom João VI acabou por ceder à pressão e volta para Portugal, deixando seu filho Dom Pedro como regente no Brasil.
É nesse momento que o chamado Partido Brasileiro, composto por uma elite latifundiária, ganha força e se alia a Dom Pedro para tentar a emancipação da colônia. Esse partido surgiu como uma resposta às investidas portuguesas no sentido de recolonizar o Brasil e fechar os portos.
Assistindo ao desenvolvimento do processo de independência do Brasil, a corte portuguesa chega a forçar a volta de Dom Pedro, mas não consegue.
O Partido Brasileiro apresentou ao regente um abaixo assinado que pedia a sua permanência na colônia. No dia 09 de Janeiro de 1822, Dom Pedro anunciou que havia tomado a decisão de ficar e esse dia se tornou conhecido como Dia do Fico.
Foi nessa ocasião que Dom Pedro proferiu a famosa frase "Se é para o bem de todos e para a felicidade geral da nação, digam ao povo que fico".
Enquanto Portugal tentava a recolonização de seu território na América, o príncipe regente tomava decisões que cada vez mais desagradaram a metrópole e davam andamento ao processo de emancipação.
Algumas dessas medidas foram à organização da Marinha Brasileira e a expulsão das tropas portuguesas.
Em maio de 1822, cansado das pressões portuguesas, Dom Pedro cria o Tratado do Cumpra-se, que determinava que as decisões vindas de Portugal precisavam ser admitidas por ele antes de entrarem em vigor.
Além disso, em junho do mesmo ano, Dom Pedro convoca uma Assembleia Constituinte, fator determinante que levou à Independência do Brasil, uma vez que significaria que o Brasil não mais estaria sob a regência da Constituição Portuguesa.
Dom Pedro estava em uma viagem quando recebeu uma carta de Portugal que queria anular a Assembleia Constituinte e exigia seu retorno para Portugal mais uma vez.
Foi nesse momento, no dia 07 de setembro de 1822, que Dom Pedro proclamou a Independência do Brasil.
Portugal só vem a reconhecer a independência muitos anos depois, cobrando uma indenização de duas mil libras, pagas com o aporte da Inglaterra.
É importante pontuar que o movimento de independência foi liderado por uma elite latifundiária e, por isso, não representou mudanças sociais significativas. O país permaneceu, então, dependente da economia estrangeira, uma vez que era ainda raso o investimento industrial, enquanto outros países já há tempos se dedicavam.
A Independência não garantiu, inclusive, o fim da escravidão. Entretanto, a Revolução do Haiti estimulou a luta por emancipação dos escravizados no Brasil e gerou, principalmente, temor por parte da elite latifundiária.
Diferente dos casos das independências na América Espanhola, o Brasil torna-se independente não a partir de uma guerra, mas de uma ruptura política encabeçada por um regente português e pela elite colonial.
Além disso, o Brasil não se tornou uma república. A emancipação significou a criação de um longo regime monárquico posterior.
Fonte: Brasil Escola