
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo (16) que "não derrotaram e nem derrotarão o bolsonarismo", enfileirou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele também chamou a denúncia de tentativa de golpe de Estado de "historinha" e afirmou que o projeto de lei de anistia a presos pelos atos violentos do 8 de janeiro será aprovado no Congresso Nacional. Ele deu essas e outras declarações em longo discurso durante manifestação que reuniu apoiadores e aliados na orla da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Além do ex-presidente, participaram da manifestação o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil).
O protesto ocorreu em meio ao avanço das investigações sobre os atos contra a sede dos três poderes em 2023. O primeiro julgamento está marcado para 25 de março no STF, quando a Primeira Turma vai analisar a suposta participação do chamado "núcleo crucial", formado por Bolsonaro, ex-ministros e militares.
Além de pressionar senadores e deputados pela aprovação do projeto de anistia, Bolsonaro também discursou em clima de campanha para as eleições de 2026. Inelegível até 2030, ele afirmou que não sairá do Brasil e que um pleito sem ele "é negar a democracia" no país.
Segundo Bolsonaro, há "uma esperança" em relação à eleição do ano que vem, porque, para ele, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) "será isento". Moraes era o presidente da corte em 2022. Em 2026, o presidente será o ministro Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro ao STF.
Bolsonaro ainda afirmou que "todas as narrativas contra ele foram para o espaço", citando caso da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018 no Rio de Janeiro, móveis do Alvorada, vacinas contra covid-19 e escândalo das joias sauditas.
Como fez inúmeras vezes, Bolsonaro voltou a sugerir irregularidades nas eleições de 2022 e defendeu "contagem pública de votos". "Em 2022, arrastamos milhões pelo Brasil. Fazíamos motociatas pelo Brasil todo. O agro estava quase 100% fechado conosco. Os cristãos, da mesma maneira", disse, enumerando supostas entregas do governo que comandou.
O ex-presidente ainda reclamou que investigações contra ele "queriam minar a Presidência da República". "Não queriam que a gente continuasse. Houve mão pesada de Moraes por ocasião das eleições de 2022", falou, lembrando proibições relacionadas a mostrar imagens de Lula em certos contextos na propaganda eleitoral e outras restrições.
Também disse que campanha para que menores de 18 anos tirassem título de eleitor o prejudicou, porque "essa garotada dessa faixa etária, tendência é votar na esquerda". Voltou a repetir que PT quer transformar Brasil em Venezuela e classificou denúncia de tentativa de golpe como "historinha".
Fonte: SBT News