A Região Sul foi a terceira com a maior produção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no país. Ao todo, foram 8.767.903 toneladas em 2023, o que representa cerca de 10,8% da produção total do Brasil. O número faz parte do relatório Panorama de 2024, feito pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).
Apesar da quantidade, a região tem a menor geração de RSU per capita, com 284 quilos por habitante. Já a Região Sudeste aparece como a maior geradora de resíduos do país, com 39.949.760 toneladas (49,3%), e também com a maior produção por habitante, com cerca de 452 kg por habitante em 2023.
Em segundo lugar, aparece o Nordeste com 20.011.742 toneladas (24,7%). Já o Centro Oeste, com 6.195.047 toneladas (7,7%), e o Norte, com 6.033.015 (7,5%), fecham a lista.
De acordo com o relatório, por conta da redução no índice de desemprego no Brasil, a população aumentou o poder de compra, o que, consequentemente, aumentou a produção dos resíduos. No último ano, o país produziu 81 milhões de toneladas de RSU, equivalente a mais de 221 mil toneladas de resíduos gerados todos os dias, ou cerca de 382 quilos por habitante durante o ano.
SC produziu 713 mil toneladas em 2024
O rastreamento da produção de resíduos no Estado é feito através do Sistema de Controle de Movimentação de Resíduos e de Rejeitos, por meio do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).
O IMA utiliza o sistema Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) em que o usuário faz um cadastro. A partir dali é possível monitorar a gestão dos resíduos quanto à geração, armazenamento temporário, transporte e destinação final.
Conforme o último relatório de novembro, publicado na quarta-feira (11), o Estado produziu cerca de 713.349 toneladas de RSU em 2024, um aumento percentual de 13,1% em relação a 2023, que somava 630.340 toneladas durante o período. No entanto, o IMA afirma que não possui um controle total sobre a geração Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no território catarinense.
Esses números são referentes aos materiais pós-consumo, que em sua maioria não são registrados pelos cidadãos, já que não há obrigatoriedade de emissão do documento de MTR explica Caroline Carvalho, representante do IMA.
Em Florianópolis, de acordo com o Departamento do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, cerca de 220.818,611 toneladas de rejeitos foram coletadas em onze meses.
Destino final do lixo
Em Santa Catarina, a reciclagem é a forma mais utilizada como destinação final dos resíduos produzidos no Estado neste ano, totalizando cerca de 41,1% entre todas as tecnologias. Em segundo lugar está a recuperação energética, totalizando 23,8%. Em seguida, aparecem os aterros, com 17,4%.
O professor e pesquisador em botânica, Paulo Horta, afirma que o Brasil anda a passos lentos para o manejo de resíduos e rejeitos no país quando comparado a necessidade de redução da poluição.
Nós temos uma bomba relógio em nossas mãos em relação ao gás metano, decorrente da decomposição de matéria orgânica. Esse gás interfere na atmosfera e intensifica as mudanças climáticas, agravando uma série de outros problemas explica.
Ele complementa que a gestão dos resíduos e rejeitos é fundamental para o controle de biometano na atmosfera.
Infelizmente o Sul do Brasil, está muito atrás no manejo, quando comparado ao Sudeste, por exemplo. Então a gente precisa avançar muito rapidamente nessa área afirma.
NSC